sexta-feira, 6 de abril de 2012

Toninho Cerezo em Aracaju.

Na passagem por Aracaju quando o Vitória veio a Itabaiana enfrentar o São Domingos, em 08/03/12, o treinador Toninho Cerezo distribuiu simpatia e educação a torcedores que o abordavam no hotel onde o rubro negro baiano estava hospedado.
Ao contrário da maioria dos treinadores de renome e famosos, Toninho Cerezo não manteve distância dos torcedores e populares e fez questão de atender a todos que tentaram se aproximar para conversar, pedir autógrafo ou tirar fotografias.
Quando jogador, Cerezo participou da seleção brasileira do mundial de 1982, tida como a melhor seleção de todos os tempos ao lado do selecionado de 1970. Cerezo foi campeão mundial de clubes pelo São Paulo em 1993.
Firmo e Cerezo em hotel na Atalaia.

Antônio Carlos Cerezo, conhecido como Toninho Cerezo, (Belo Horizonte, 21 de abril de 1995) é um ex-futebolista e atual treinador brasileiro. Atualmente, desde ontem está sem clube, pois foi demitido do Vitória da Bahia.
Carreira como jogador
Craque de estilo clássico, começou nas categorias de base do Atlético Mineiro, com passagem, por empréstimo, pelo Nacional de Manaus, em 1974. Já em 1975 alcançou a titularidade no clube, substituindo o grande Wanderley Paiva, até então titular absoluto. Naquele mesmo ano foi convocado, pela primeira vez para a Seleção Brasileira. Nos 10 anos que passou no Galo, se tornou ídolo e um dos jogadores mais celebrados dos anos 70 no clube.
Em 1983, foi vendido para a Roma por 10 milhões de dólares, maior negociação do futebol brasileiro até então, igualada a de Zico para a Udinese. Lá foi campeão da Copa da Itália, ao lado do compatriota Falcão. Em 1986, foi para a Sampdoria. No elenco genovês destacou-se no título da Recopa Europeia, no vice-campeonato da Champions League, no tricampeonato da Copa da Itália e na conquista inédita do Campeonato Italiano. A torcida da Samp ainda se lembra da última partida daquele campeonato, quando, no fim do jogo, ouviu-se nos alto-falantes do estádio uma música feita especialmente para ele. Cerezo era o maestro de um time em que jogavam astros como Pagliuca, Vialli, Dossena, Vierchowood e Lombardo, treinados pelo lendário soviético Konstantin Boskov. Tim Vickery, da BBC, lembra que, naquela época, assistia aos jogos do "Calcio" especialmente para ver Toninho Cerezo jogar. O analista inglês destaca a visão de jogo de Cerezo e lembra que na final da Champions de 1992, apesar de já contar com 37 anos, o Barcelona escalou seu melhor jogador, Bakero, para passar o jogo a marcá-lo.
De volta ao Brasil, atuou com destaque no São Paulo, no Cruzeiro, no América Mineiro, e, novamente, no Atlético Mineiro, clube no qual encerrou a carreira, tendo seu último jogo ocorrido na partida contra o Milan, na disputa da Copa Centenário de Belo Horizonte, em 1997. Pelo Galo, fez 451 jogos e marcou 77 gols.
Entre outros prêmios, Cerezo venceu quatro vezes a Bola de Prata, sendo duas vezes Bola de Ouro, como melhor jogador do Campeonato Brasileiro. Levou, ainda, nove vezes o troféu Guará. Em 1981, foi escolhido o melhor jogador do Mundialito, disputado no Uruguai. Já em 1993, foi o melhor jogador da Copa Toyota (Mundial Interclubes).
Conhecido pelo espírito de liderança, era chamado o "Patrão da Bola". No Atlético, também ficou conhecido como o "Capitão da Paz". Dois fatos contribuíram para esse apelido. O primeiro ocorreu quando, em 1977, o goleiro Ortiz foi impedido de treinar e teve seus salários cortados após a derrota para o Cruzeiro na final do Campeonato Mineiro daquele ano, na qual o arqueiro fora colocado sob suspeita de ter se "vendido" ao time rival. Foi Cerezo quem conseguiu uma licença para que Ortiz voltasse aos treinos, ainda que em separado, e comandou uma coleta de dinheiro para que o jogador pudesse se alimentar e quitar seu aluguel. O segundo episódio aconteceu quando o jogador Nei Dias ameaçou o técnico Procópio de morte. Também dessa feita, o jogador só voltou ao time por influência de Cerezo. Mas, em algumas ocasiões o jogador foi obrigado a se impôr. A principal delas foi na Roma quando, ao fim da temporada de 1986, na qual, inclusive, levou o time ao título da Copa da Itália, o jogador, findo o derradeiro jogo, já no vestiário, tirou a camisa e a entregou ao presidente do clube, que vinha lhe pressionando, dizendo que ali não mais jogaria.
Seleção Brasileira
A ascensão de Toninho Cerezo coincide com a formação do esquadrão atleticano nos anos 70, que sucedeu à geração de Dario e Cia., campeã brasileira em 1971. Lançado por Telê Santana, Cerezo logo chegou à seleção convocado por Osvaldo Brandão, grande admirador de seu futebol, mas que não se aguentaria no comando da seleção até o certame mundial. Em 1977, Cláudio Coutinho, um militar com formação em educação física, preparador físico de Zagallo nas copas de 1970 e 1974, foi indicado para treinar a seleção do Brasil.
Ainda assim, Cerezo, pelas atuações em campo, se transformou em jogador de confiança da seleção e foi convocado para a disputa do Mundial na Argentina em 1978. Na Copa, a atuação do jogador foi apenas razoável, em uma equipe que se destacou pela 'mediocridade eficiente'. Não à toa, na seleção de Coutinho, Toninho Cerezo ficava mais preso em campo. Naquela época o jogador foi, por vezes, substituído por jogadores como Batista e Chicão, mais marcadores.
O treinador entendia que, no "futebol moderno", os jogadores deveriam ser "polivalentes", a ocupar vários lugares no campo. Ocorre que a "polivalência" sugerida pelo técnico era mais facilmente aplicável a jogadores com menos recursos técnicos e mais obediência tática. Para ele, os laterais (alas) deveriam não apenas marcar mas terem uma função estratégica nas pontas, ao realizar o "overlapping" e aparecer na frente, em vez de dar assistências para o atacante pivô.
Em 1979, ainda com Coutinho no comando da seleção, Cerezo vive momentos difíceis para se enquadrar no modelo implantado. Era convocado, mas, já no primeiro jogo daquele ano, ficou no banco de Paulo César Carpeggiani, comandado de Coutinho no Flamengo. No jogo seguinte, entrou jogando e foi substituído por Guina, meia do Vasco.
Em 1980, Telê Santana assumiu a Seleção Brasileira. Com Telê, que o lançara no Atlético Mineiro, Toninho Cerezo voltou a brilhar e compôs um escrete com craques como Sócrates, Zico, Luizinho, Júnior, Paulo Isidoro, Reinaldo, Oscar, Edevaldo, Valdir Peres e Éder, que marcou época no futebol mundial. Embora houvesse nessa equipe uma indefinição crônica quanto ao atacante central e uma deficiência na baliza, o futebol por si praticado era vistoso e vitorioso. Momento alto de Cerezo nessa época foi o Mundialito, em 1981, no qual foi o maestro da vitória por 4 a 1 sobre os alemães, onde levou o troféu de melhor jogador do certame. Ainda nesse ano, teve participação destacada no time que se classifica para a Copa de 1982 e cumpriu excelente excursão europeia, vencendo França, Inglaterra e Alemanha, com Cerezo, de novo, a marcar um gol decisivo.
Na Copa, não pôde atuar contra a URSS por estar suspenso. Após os primeiros e brilhantes resultados, veio a improvável eliminação do Brasil para uma Itália tecnicamente frágil mas taticamente disciplinada, por 3 a 2. Cerezo foi massacrado pela imprensa brasileira - sobretudo a carioca - pelo passe errado que originou o segundo gol italiano. A história registra, todavia, que ele formou, ao lado de Falcão, Sócrates e Zico um dos melhores meios de campo da história do futebol mundial.
Após comandos de Carlos Alberto Parreira e Evaristo de Macedo, com Cerezo sendo deixado de lado nas convocações, Telê Santana retornou ao comando da equipe. Desconhecendo a realidade do futebol brasileiro de então, convocou uma Seleção com jogadores testados e aprovados em outras competições com ele, incluindo Cerezo.
Nesse contexto e, já na Sampdoria, Cerezo é convocado mas não chega a jogar, contundido. A pressão é grande e Telê prefere não apostar na recuperação do craque. Curiosamente, leva Zico na mesma situação e a atuação do 'galinho' compromete o resultado da partida em que o escrete brasileiro é desclassificado, nos pênaltis, pela França.
A partir de 1987, Cerezo não foi mais convocado. Naquele ano, Carlos Alberto Silva, novo treinador, tentaria uma reforma ampla, que passava pela aposentadoria da geração de 1982, perspectiva que durou pouco.
Carreira como treinador
Como treinador, obteve destaque tanto no Brasil quanto no exterior. Em 1999, obteve a maior sequência de vitórias de um treinador no Vitóra, levando a equipe à semifinal do Campeonato Brasileiro, sendo eliminado pelo seu ex-clube, Atlético Mineiro. Treinou, ainda, o mesmo Atlético Mineiro, indo depois para o Japão, onde treinou o Kashima Antlers por seis anos e alcançou grande sucesso, com um bicampeonato do Japonês e duas Copas da Liga, além de vencer uma Copa do Imperador. No exterior, treinou também o Al-Hilal, da Arábia Saudita, o Al-Shabab, sendo campeão nacional em 2007-08, e Al-Ain, ambos dos Emirados Árabes Unidos.
No dia 27 de maio de 2010, foi confirmado como novo técnico do Sport Club do Recife. Porém, apenas três meses depois, foi demitido devido aos resultados ruins que obteve na Série B.
No dia 03 de dezembro de 2011, retornou ao clube onde obteve primeiro destaque como técnico, o Vitória. Porém, ontem, 5 de abril de 2012, acabou demitido após uma sequencia de empates no Campeonato Baiano.

Títulos como jogador

Nacional
  • Campeonato Amazonense: 1974
Atlético Mineiro
  • Campeonato Mineiro: 1976, 1978, 1979, 1980, 1981, 1982 e 1983
  • Taça Minas Gerais: 1975,1976 e 1979.
  • Copa dos Campeões do Brasil: 1978.
  • Copa Centenário de Belo Horizonte: 1997
Cruzeiro
  • Campeonato Mineiro: 1994.
Roma
  • Copa da Itália: 1984 e 1986
Sampdoria
  • Copa da Itália: 1988 e 1989.
  • Recopa Europeia: 1990.
  • Supercopa Italiana: 1991
  • Campeonato Italiano: 1991.
São Paulo
  • Copa Libertadores: 1993.
  • Campeonato Mundial deClubes: 1992 e 1993
  • Supercopa Libertadores: 1993.
  • Recopa Sul-americana: 1993,1994

Títulos como treinador

Kashima Antlers
  • Campeonato Japonês:2000, 2001.
  • Copa do Imperador: 2000
  • Copa da Liga Japonesa: 2000, 2002.
Al-Shabab
 

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