CUT/SE promove grande marcha para celebrar o 1º de Maio - Dia de luta da classe trabalhadora
Escrito por Laisa Galdina e George Washington | 25 Abril 2012
Na próxima terça-feira, 1º de Maio - Dia Internacional dos Trabalhadores, a Central Única dos Trabalhadores de Sergipe (CUT/SE) e seus diversos sindicatos filiados estarão nas ruas de Aracaju realizando uma grande marcha em defesa das pautas da classe trabalhadora.
A manifestação conta com o apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Urbanos (MOTU), Levante da Juventude Popular e Consulta Popular, unificando as lutas dos trabalhadores da cidade, do campo e da juventude. Os professores da rede pública estadual, em greve desde o dia 16/04, em luta pelo pagamento do piso salarial nacional para toda a categoria, estarão presentes em massa no 1º de Maio da CUT.
O Ato Público do 1º de Maio de 2012 terá início às 8h, com concentração na Praça dos Expedicionários, no bairro Siqueira Campos, próximo à antiga estação ferroviária de Aracaju (RFFSA). Durante o trajeto - ainda a ser definido pela organização - , dirigentes sindicais, representantes dos movimentos sociais e representantes do povo poderão dialogar diretamente com a sociedade sobre a importancia do dia e sobre suas pautas de luta.
De acordo com o presidente da CUT/SE, Rubens Marques, o objetivo da manifestação é despertar nos trabalhadores sua consciência de classe, para que ela, dessa forma, lute pelas transformações que a sociedade necessita. “Desde sua fundação, a CUT tem priorizado, no 1° de Maio, fazer um dia de disputa na sociedade, um dia de reflexão para que o trabalhador se entenda como tal. Ao longo desses anos a CUT procurou dar um corte classista na sociedade, para que o trabalhador se sinta classe: classe trabalhadora. Isso é importante para que não se confunda quem é quem na luta. Quem tenta fazer do dia do trabalhador um dia de festa, “pão e circo”, é o patrão. A central sindical deve ter o cuidado para não copiar o receituário patronal. Nós procuramos manter a nossa identidade de entidade classista e de luta. Porque os governos passam, mas a organização dos trabalhadores precisa continuar” assegurou o professor Dudu.
Duas das pautas principais a serem levadas às ruas este ano, a CUT irá defender combate mais forte à corrupção e punições mais rigorosas para corruptos e corruptores, e também o direito à verdade e à justiça, com a abertura dos arquivos da Ditadura Civil-Militar de 64 a 85 e a instalação da Comissão da Verdade, que deve investigar os crimes de tortura e assassinatos políticos ocorridos nesse período.
“Em função dessa luta histórica do movimento sindical e da sociedade pelo direito à verdade e pela punição dos torturadores que atuaram no regime militar e ainda estão impunes é que a saída da nossa marcha, este ano, será na antiga estação ferroviária de Aracaju, local onde sindicalistas e os que se opunham ao golpe foram presos e levados ao 28 BC, onde foram barbaramente torturados”, lembra Dudu Marques, presidente da CUT/SE.
Entre os que foram presos e torturados, resgata Dudu, está o ex-sindicalista ferroviário Milton Coelho, que ficou cego em consequência das torturas que sofreu em 1964, nos porões do 28º Batalhão de Caçadores, em Aracaju. Milton foi um dos muitos sergipanos presos na famosa Operação Deso (ou Cajueiro), desencadeada para prender e reprimir os que reagiram ao golpe militar.
Outras bandeiras
De acordo com Roberto Silva, diretor da CUT/SE, outras bandeiras serão levantadas pelos trabalhadores no 1º de Maio, entre as quais a luta pelo fim do imposto sindical, por reforma agrária e urbana, contra a judicialização das greves, pela redução da jornada de trabalho para 40h semanais sem redução de salário, contra o trabalho aos domingos e feriados, contra a dispensa imotivada, contra as terceirizações, pela erradicação do trabalho escravo, fim do fator previdenciário, por 10% PIB na Educação.
“São pautas imediatas e que interessam não só à classe trabalhadora, mas também a toda a sociedade. Quando se conquistam melhorias para os trabalhadores, todos acabam ganhando. Quando se combate a corrupção ou se busca mais investimentos para a educação, por exemplo, os benefícios disso recaem sobre toda a sociedade. Por isso, convidamos todos a participar de mais esse dia de luta”, conclamou Roberto Silva.