Novembro é considerado o Mês da Consciência Negra - data instituída pelo movimento negro e já incorporada ao calendário de diversas cidades pelo Brasil. Em Aracaju, a Central Única dos Trabalhadores de Sergipe (CUT/SE) celebra a data no projeto CineCUT, na próxima sexta-feira, 25 de novembro, a partir das 18h30. A comemoração ao 20 de novembro, dia oficial da Consciência Negra, acontece no melhor estilo CUTista, com exibição do documentário 'Até Oxalá vai a Guerra!', apresentação artística do Balé Afro Crilibe e debate sobre o Plano Diretor, com José Dias Firmo dos Santos, do Fórum em Defesa da Grande Aracaju.
Para a CUT/SE, o Mês da Consciência Negra representa um convite a todos e todas à reflexão sobre a trajetória de luta e resistência da comunidade negra no Brasil. "Esse CineCUT Especial em celebração ao Mês da Consciência Negra será um importante espaço de socialização de experiências da militância cutista na luta pelo combate ao racismo e organização dos(as) trabalhadores(as) nos sindicatos e na CUT, debatendo os desafios futuros. A partir da reflexão que vamos provocar nesse CineCUT, esperamos contribuir também com o resgate da identidade racial, a auto estima e a cidadania do povo negro", ressalta Roberto Silva, Secretário da Juventude da CUT/SE.
O CineCUT espera reunir sindicatos cutistas, movimentos sociais, entidades ligadas ao movimento negro e a imprensa sergipana. Durante a celebração será exibido o documentário 'Até Oxalá vai a Guerra', que conta uma história de racismo e intolerância religiosa. Dirigido por Carlos Pronzato e Stefano Barbi-Cinti, o filme mostra as ações violentas executadas pela Prefeitura de Salvador, através da demolição do Terreiro Oyá Onipo Neto, conduzido por Mãe Rosa da Avenida Jorge Amada. A ação da Prefeitura surpreendeu negativamente por configurar um ato de intolerância religiosa. principalmente por ter ocorrido em Salvador, pois a capital baiana que possui o maior número de templos religiosos de todo o mundo, incluindo igrejas católicas e evengélicas, centros espíritas, casas de umbanda e terreiros de candomblé. Dessa forma, o documentário retrata as causas dessa ação, mostrando como a especulação imobiliária (lobby das construtoras) pressiona o fim dos terreiros nas áreas valorizadas através do Plano Diretor da Cidade.
"Esse filme será uma boa introdução para nós trazermos essa discussão para Sergipe, através do debate sobre o nosso Plano Diretor. A cidade de Salvador possui a maioria dos seus habitantes negros, mas onde o racismo em sua diversidade e sutileza acaba tendo ações devastadoras. Da educação e moradia, até o emprego e religiosidade. O Estado tem uma função fundamental na manutenção de tudo isto. Se o Brasil é o país mais aberto do mundo a todas as religiões e crenças, Salvador é a expressão máxima desta qualidade principalmente pela forte influência e presença das tradições oriundas da África", destaca Roberto Silva.
De acordo com o Coletivo de Entidades Negras (CEN) "nada justifica nos dias atuais ações como esta que causaram danos muito sérios a toda uma construção espiritual de muitos anos e que tiveram então a resposta enérgica e necessária do povo de candomblé. Oxalá vai a Guerra, e todo o Povo de Axé também, sempre que for necessário!".
De acordo com o Coletivo de Entidades Negras (CEN) "nada justifica nos dias atuais ações como esta que causaram danos muito sérios a toda uma construção espiritual de muitos anos e que tiveram então a resposta enérgica e necessária do povo de candomblé. Oxalá vai a Guerra, e todo o Povo de Axé também, sempre que for necessário!".
A atividade do CineCUT Especial Mês Consciência Negra vai contar com a apresentação artística do Balé Afro Crilibe, que irá demonstrar a cultura africana na dança, regastando as raízes brasileiras. Divulgue e compareça à essa oportunidade de reflexão que a CUT/SE está promovendo para celebrar o Mês da Consciência Negra.
FONTE: http://www.emsergipe.com/
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