sábado, 26 de novembro de 2011

ARTIGO DA SEMANA

Terminais de ônibus: ter ou não ter, eis a questão.

Na semana que passou foi anunciada pelo prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, a definição das emendas individuais e coletivas da bancada sergipana no Congresso Nacional ao Orçamento da União.
Inicialmente queremos parabenizar toda Bancada Federal e o prefeito de Aracaju pelo esforço e pela compreensão no atendimento à essa necessidade da capital sergipana.
A definição das emendas parlamentares é uma tarefa um tanto quanto difícil, haja visto que é um exercício para atender à demandas cada vez maiores com recursos limitados.
O anúncio pelo prefeito Edvaldo Nogueira da definição das emendas para Aracaju, ainda que limitadas e aquém das necessidades de Aracaju, é motivo de comemoração.
Queremos, entretanto, tratar da emenda anunciada para a mobilidade urbana. Logo percebe-se o quanto o sistema de transporte coletivo de Aracaju está vulnerável e fragilizado. Praticamente todos os abrigos dos pontos de ônibus estão destruídos. Praticamente todos os terminais de ônibus apresentam problemas de manutenção.
Nota-se que a Prefeitura Municipal de Aracaju não tem uma política de manutenção nem dos terminais de integração nem dos abrigos de ônibus. Deixar que fiquem totalmente destruídos para depois gastar recursos públicos para praticamente construir novos equipamentos é uma falta de zelo, de cuidado, de capacidade de gerir e demonstra uma despreocupação sem limites com as coisas públicas.
Além disso submete os usuários a uma situação de desconforto e de abandono muito grande. Quem usa abrigos e terminais de integração são as pessoas mais pobres e que ficam expostas às intempéries, à sujeira e ao risco de acidentes e até ao risco de morte, já que pode haver risco de desabamento, de choque elétrico e cortes, de quedas, etc.
Assim, num primeiro momento, é de se lamentar que a Prefeitura de Aracaju não disponha de um planejamento para a manutenção dos abrigos e terminais de ônibus.
Ter recursos para a manutenção básica e rotineira é o mínimo que se pode esperar de uma prefeitura de uma capital, cujos gestores dizem ser a de melhor qualidade de vida. E a manutenção tem que se feita.
Depender de emendas ao orçamento de União para fazer manutenção do que já está destruído é um atestado de falta de capacidade.
A questão de fundo é: a cidade de Aracaju vai continuar usando os terminais de ônibus ou vai instituir o sistema de bilhetagem conhecido como Bilhete Único? O Bilhete Único é uma forma de cobrança da tarifa no sistema de transporte coletivo onde o usuário pode utilizar diferentes linhas e diferentes alternativas de transporte pagando apenas uma tarifa durante determinado tempo.
O Bilhete Único já é utilizado em diversas cidades grandes em todo o Mundo. Aqui no Brasil podem ser citadas as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Guarulhos, Diadema, Niterói,
Com o Bilhete Único não há necessidade de terminais de integração. Os usuários do sistema podem embarcar e desembarcar onde precisar e continuar pagamento apenas uma passagem por um período suficiente para fazer o percurso desejado.
Quais seriam os benefícios para o usuário? Economia de tempo. Os usuários usam tempo de espera dentro dos terminais equivalente ao tempo usado nos percurso. Conforto. Os usuários não teriam que ficar nos terminais sujos, sem estrutura, sujeitos a furtos. Economia. Sem os custos de construção e de manutenção dos terminais o preço da tarifa baixaria inevitavelmente.
Quais seriam os benefícios para o sistema de transporte coletivo? Economia. Não teria que construir e manter terminais de integração, não teriam que encarecer a tarifa com os custos de segurança, cobradores, operadores, fiscais, agentes de limpeza, manutenção e reposição de peças e material elétrico e hidráulico. Mobilidade urbana. A retirada dos terminais de ônibus de determinadas áreas iria desafogar o trânsito. Terminal do D.I.A., Terminal Fernando Sávio, na Praça João XXIII, Terminal Maracaju, Terminal Zona Sul, na Atalaia e Terminal Leonel Brizola, na Rodoviária estão em locais inadequados e que causam congestionamento. Tempo. Não tendo que entrar e sair de terminais, os ônibus fariam as viagens em menor tempo , economizando para o sistema e barateando a tarifa e proporcionando aos usuários mais conforto e, aí sim, mais qualidade de vida, pois teriam mais tempo em casa. Trabalhadores e estudantes poderiam sair mais tarde e chegar mais cedo para casa.
A retirada dos terminais viria acompanhada de construção de grandes pontos de cruzamento de linhas. Por exemplo, no D.I.A.  deveriam ser construídos dois grandes pontos, nos quais as pessoas poderiam trocar de linhas. Assim também seria na Atalaia, no Centro, no Santos Dumont, no Terminal Rodoviário.
Como a SMTT anuncia para os próximos meses a realização de licitação do sistema de transporte e como divulga que vão realizar audiências públicas para que a população decida o que quer para o seu sistema de transporte coletivo: se continuar como está ou tentar uma alternativa que vem dando certo em todo o Mundo, com o Bilhete Único.
Quanto ao valor da emenda parlamentar anuncida


          

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