20 Janeiro 2012
A mobilidade urbana tornou-se um tema emergente no mundo de hoje. Polêmicas, discussões, debates são freqüentes em vários segmentos sociais. Diariamente estamos vivenciando no Recife muitas dificuldades e problemas de congestionamentos no trânsito. As reclamações são inúmeras. O país está crescendo, distribuindo renda, longe do que nós esperamos. Hoje, está mais fácil adquirir um carro, comprar um imóvel, entre outros bens.
Na avaliação da CUT, o maior prejuízo é a carência do transporte público de qualidade, ponto fundamental da mobilidade. É preciso investir em uma rede integrada de transporte público, para que o aumento na demanda seja atendido no futuro. Não basta ter somente o transporte (ônibus refrigerados, com passageiros sentados, perdendo pouco tempo nas paradas de ônibus), o táxi também é alternativa. Mas isso não se resolve do dia para a noite.
Não adianta apenas construir viadutos, pontes e elevados, o que resolve, de fato, é o investimento em metrô, veículos leves sobre trilhos (VLT). Existe até uma proposta da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), defendida pela CUT, no que diz respeito ao VLT que é viável para o nosso estado. Nós defendemos esse modelo de transporte por ser economicamente viável, além de transportar as pessoas com segurança e conforto e ainda ligar vários pontos da Região Metropolitana do Recife. O Brasil está às vésperas de uma Copa do Mundo e precisamos está preparados não só para a Copa, mas para a pós-Copa.
Sabe o que é ter mobilidade urbana? É pegar ônibus com a garantia de que se chegará ao local e no horário desejados, salvo em caso de acidentes, por exemplo. É você ter o direito de deixar o carro na garagem e ir ao trabalho a pé, de bicicleta ou com o transporte coletivo. É dispor de ciclovia e também de calçadas que garantam acessibilidade aos deficientes físicos e visuais. Na atualidade, trabalhadores e estudantes sofrem. Têm que sair duas, três horas antes para chegarem ao local de trabalho e a Universidade. Perde-se muito tempo dentro de um carro ou de um ônibus. Não podemos aceitar que a população seja impedida de ter um carro. Precisamos dar a segurança de que, durante a semana, de segunda à sexta, ela tenha condição de se deslocar por meio do transporte público. Transporte esse que não seja caro; respeite os estudantes, os desempregados, que tenham assentos reservados para os idosos e deficientes físicos, e que ninguém seja “espremido” nos coletivos. São essas questões que precisam ser discutidas.
Seremos um país com mais idosos. Em 2050, a maior parte da polução brasileira terá acima de 60 anos. Por isso, precisamos preparar o Brasil para essa nova realidade. É uma solução de longo prazo. O maior investimento que os Governos Federal e Estadual podem fazer é investir no VLT, isto é, pensar, de fato, numa solução para que possa melhorar a qualidade do transporte coletivo.Pernambuco está crescendo. Fato inegável. Mais escolas, empresas, trabalhadores saindo de suas casas praticamente de domingo a domingo. Isso porque temos economia e turismo bastante aquecidos.
É necessário melhorar a qualidade das nossas estradas.Pagamos inúmeros impostos e as estradas federais e estaduais estão cheia de buracos, sem sinalização, colocando em risco a vida dos motoristas e pedestres. No Recife, por exemplo, é buraco a toda hora sendo aberto. Um desrespeito à população! Fechar um buraco é uma novela. Tudo isso faz parte da mobilidade urbana discutida na sociedade civil organizada. O meio ambiente é outra questão que devemos nos preocupar. É o nosso futuro.
A CUT acredita que o tema “mobilidade” é de bastante relevância e precisa ter uma discussão maior por parte de entidades, organizações não governamentais, movimento sociais, sindicatos, entre outros setores. Várias cidades do Brasil enfrentam dificuldades no que diz respeito a mobilidade urbana. Em outras palavras, ter mobilidade é conseguir se locomover com facilidade de casa para o trabalho, do local de trabalho para o shopping, teatro, estádio de futebol, praia, praça pública ou para qualquer outro lugar que você tenha vontade ou necessidade de estar.
Fonte: Sérgio Goiana, presidente da CUT-PE
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