terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Acidentes em rodovia preocupam moradores do Robalo

Crescimento rápido e falta de estrutura comprometem segurança
Falta quebra-molas e calçadas na estrada  (Fotos: Portal Infonet)
Uma violência que parece ter se tornado habitual. Essa é a impressão dos moradores do povoado Robalo, na Zona de Expansão de Aracaju, a respeito dos acidentes que ocorrem na rodovia dos Náufragos, que corta a região. Importante ligação entre Aracaju e as praias do Sul, a estrada se torna gradativamente um ponto de concentração comercial e residencial, o que potencializa o risco de tragédias.

“Eu acho que essa rodovia está bem melhor do que antes. Mas para o pedestre e para quem anda de bicicleta é mais difícil”, comenta o auxiliar administrativo Firmino Laurindo, que trabalha em uma unidade de saúde às margens da estrada. “Não tem acostamento, não tem ciclovia, não tem nada”, completa a agente operacional Maria Auxiliadora Ribeiro, colega de Laurindo.
Maria Auxiliadora e Firmino: vida difícil para o pedestre
De acordo com o presidente da Associação Desportiva, Cultural e Ambiental do Robalo (ADCAR), José Firmo, os trechos mais perigosos são os quilômetros cinco e nove. “No cinco tem posto de saúde, escola, cruzamento de via. No nove acontece algo parecido, é um núcleo habitacional que cresceu muito”, informa.

O presidente acredita que as saídas para o problema começam com a sinalização e o emprego de lombadas na região. “Apenas em alguns pontos o Governo colocou quebra-mola e lombada eletrônica, que foi retirada há alguns meses”, afirma. Em seguida, seria necessário fechar o cerco contra os infratores. “Na maioria dos casos, a pessoa está inocentemente caminhando na margem e é atropelada pelo motorista imprudente ou embriagado. São pessoas adultas, que estudaram para tirar a habilitação. Tem que ter educação, mas tem que ter punição também”, opina.

Diversas causas

Firmo alega que a situação da Rodovia dos Náufragos é resultado de muitos problemas – como o aumento do fluxo de carros causado pela ponte Joel Silveira e a falta de espaços seguros e amplos para os pedestres. A localização privilegiada e o desenvolvimento rápido e irregular, entretanto, são os primeiros pontos elencados pelo representante da ADCAR.

“O fato de a rodovia ser muito plana e ser numa região de praia, as pessoas bebem muito e as se excedem na velocidade e na imprudência”, diz José Firmo. Para ele, finais de semana são momentos críticos em matéria de acidentes.

“Em seguida, vem o crescimento, que está chegando com muita rapidez. Mas tudo é colocado nas margens da pista – todo o comercio, todos os órgãos públicos, além de igreja, escola. Isso força a pessoas a irem para a beira da estrada”, explica. Segundo o presidente, a situação se agrava por conta das construções serem levantadas nas chamadas 'faixas de domínio' da rodovia. “Por um lado as pessoas construíram irregularmente, por outro o Governo do Estado não fiscalizou para que não se construísse ali”, lamenta.
Fiscalização
De acordo com o comandante do Batalhão de Trânsito (BPTran), tenente-coronel Márcio Daltron de Almeida a área que corresponde a Rodovia dos Náufragos recebeu um reforço dos militares. O comandante reconhece que a falta dos radares impossibilita a aferição da velocidade, mas garante que ao serem flagrados em situação de abuso, os condutores são parados pelos policiais que checam a documentação do motorista e do veículo, e em caso de infração são autuados.
“Estamos intensificando o policiamento. As operações visam fiscalizar a velocidade e a questão do álcool que termina no abuso da velocidade por parte de muitos condutores. Com a falta dos radares fixos e móveis ficamos impossibilitados de aferir a velocidade. O radar é uma prova pericial e essa prova é importante para comprovar a velocidade”, diz o comandante.
Por Ricardo Gomes e Kátia Susanna

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