*José Dias Firmo dos Santos.
De há muito admiro o trabalho do jovem repórter Gabriel Damásio, da Rádio Liberdade 930 AM e do Jornal do Dia. Sempre demonstra conhecer muito bem os assuntos que são pautados. Faz perguntas inteligentes e age sempre com seriedade e isenção.
Na tarde desta segunda-feira Gabriel Damásio fez mais uma das suas ótimas entrevistas, com o Superintendente da SMTT, Antonio Samarone.
O tema foi o trânsito e o pré-caju. Gabriel perguntou a Antonio Samarone o que muitos aracajuanos gostariam de perguntar. E mesmo quando Samarone, com respostas mais ácidas, pareceu intimidá-lo, Gabriel soube procurar perguntas alternativas para tentar arrancar da autoridade máxima de trânsito da nossa capital respostas para os problemas relacionados ao pré-caju.
Uma coisa pude notar na entrevista: Samarone concorda que o Pré-Caju não deveria ou não pode continuar ali na Av. Beira Mar. Mas, quem vai tomar a iniciativa de recomendar, determinar ou autorizar a “saída” do Pré-Caju de um dos dois únicos corredores que ligam a cidade no sentido Norte/Sul, Sul/Norte, conforme declaração do próprio Samarone? Quem vai dizer à ASBT que ali o Pré-Caju não pode ficar, pois a quantidade de veículos de Aracaju aumentou em quatro vezes nos vintes anos de existência do Pré-caju, conforme afirmação do próprio Samarone? Quem vai dizer ao prefeito que a Av. Beira Mar não pode mais ser fechada por quatro dias? Quem vai dizer ao Poder Legislativo Municipal que a Lei que autoriza realização do Pré-caju ali deve ser revista?
Na minha opinião quem mais pode dizer estas coisas – mais do que Gabriel Damásio e mais do que o trabalhador que sai de um lado da cidade para o outro depois das 18 horas – É Antonio Samarone, a autoridade máxima de trânsito com jurisdição sobre as vias de Aracaju.
Não que necessariamente tivesse que ser de Samarone apenas a iniciativa, mas já seria um grande passo para a formação da opinião de que não dá mais para aceitar que se cause tanto transtorno na cidade, quando outros locais poderiam ser utilizados.
Como bem disse Samarone na entrevista, não existe mágica. Não há outros corredores. Os carros não podem criar asas. A solução é somente a mudança do local da realização do carnaval fora de época.
E Gabriel Damásio acertou nas perguntas inclusive quando o assunto foi o esquema montado para o Reveillon. Os relatos de problemas de transporte e de trânsito foram vários. Quem estava nos terminais de integração na noite do dia 31 conta episódios inacreditáveis. Quem precisou de um taxi para ir ou para volta conta a aventura que era encontrar um. E quem foi de carro também relata os problemas que enfrentou.
A pesquisa citada por Samarone que beirou os 97% de aracajuanos satisfeitos com o esquema de transporte e de trânsito para o Reveillon pode estar certa e ser segura, mas sinto-me como se eu estivesse encontrando com os 3% de insatisfeitos por todos esses 15 dias, tal é a quantidade de relatos dos problemas.
Vamos pegar esta lei que autoriza a iniciativa privada fechar por quatro tardes e quatro noites uma das principais avenidas de Aracaju e ver se podemos encontrar outro local. As razões que alegam para não colocar o Pré-Caju na orla da Atalaia nem no Aruana são muito frágeis diante dos transtornos que a festa causa aos trabalhadores que não ganham nada com aquilo ali.
*Presidente da Associação, Desportiva, Cultural e Ambiental do Robalo – ADCAR e especialista em Gestão Urbana e Planejamento Municipal.
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