Sergipe e o Brasil perderam um dos símbolos da democracia: Seixas Dória.
Filho de Antônio de Lima Dória e de Maria de Seixas Dória. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Niterói em 1946, foi secretário da prefeitura de Aracaju filiando-se à UDN após o fim do Estado Novo e foi eleito deputado estadual em 1947 e 1950 chegando ao posto de líder da bancada. Em 1954 e 1958 foi eleito deputado federal e integrou-se à Frente Parlamentar Nacionalista e em 1960 foi entusiasta da candidatura presidencial de Jânio Quadros servindo-lhe como vice-líder do governo na câmara dos Deputados. Consumada a renúncia de Jânio Quadros em 25 de agosto de 1961, Seixas Dória integrou a "Bossa Nova" da UDN ao lado de nomes como o futuro presidente, José Sarney.
Em 1962 foi eleito governador de Sergipe derrotando o udenista Leandro Maciel. Assinou, sob ressalva, o “Manifesto dos governadores democratas”, uma iniciativa do paulista Ademar de Barros. Aliado do presidente João Goulart, defendia as chamadas "reformas de base" a ponto de opor-se, via rádio, ao Golpe Militar que abreviou o mandato presidencial em 31 de março de 1964.
Removido à força do governo no dia seguinte, Seixas Dória foi preso e levado à ilha de Fernando de Noronha onde sua detenção findou por um habeas corpus do Superior Tribunal Militar após quatro meses. Em seu lugar foi empossado o vice-governador Celso Carvalho. Por força do Ato Institucional Número Dois teve os direitos políticos suspensos por dez anos a partir de 4 de julho de 1966 passando a viver às voltas com a agropecuária e à literatura.
Encerrada a sua "reclusão política" ingressou no MDB e fez sua primeira aparição pública na convenção estadual do partido em maio de 1978 a ali não poupou críticas aos seus contendores. Coordenou a estratégia do diretório estadual nas eleições daquele ano e atuou em defesa da anistia e da redemocratização. Beneficiado pela Lei da Anistia sancionada pelo presidente João Figueiredo, filiou-se ao PMDB e foi eleito suplente de deputado federal em 1982e exerceu o mandato a partir de uma licença médica de José Carlos Teixeira sendo efetivado após a vitória de Jackson Barreto nas eleições para prefeito de Aracajuem 1985. Derrotado ao disputar um mandato de senador em 1986, foi nomeado Secretário de Transportes pelo governador Antonio Carlos Valadares em agosto de 1988, permanecendo no cargo por quatro meses. Assessor político da Presidência da República nos últimos meses do Governo Sarney, foi Secretário de Transportes no segundo governo João Alves Filho e depois membro do conselho de administração da Companhia Vale do Rio Doce.
Membro da Academia Sergipana de Letras, é autor de Sílvio Romero, jurista e filósofo e Eu, réu sem crime.
O falecimento do ex-governador Seixas Dória nos remete a outro debate: o da aposentadoria dos governadores, mesmo que tenha exercido apenas um mandato ou menos de um mandato completo.
Sergipe é um dos estados que paga salário, segurança e veículo para ex-governadores.
Eram seis: Celso Carvalho, Lourival Baptista, João Alves Filho, Antonio Carlos Valadares, Albano Franco e Seixas Dória.
Es a questão: devem os estados pagarem aposentadoria para ex-governadores? Pode o povo pobre ter que pagar aposentadoria para ex-governadores que ficaram no cargo por tão pouco tempo e nem contribuiram com justiça a um fundo que ao menos justificasse tal pagamento?
Com informações do www.wikipedia.org
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