O sabiá é uma ave
passeriforme da família Mimidae. Também conhecida como tejo-do-campo, calhandra,
arrebita-rabo, galo-do-campo, papa-sebo, sabiá-levanta-rabo, sabiá-conga,
sabiá-coca, sabiá verdadeiro ou sabiá-poca, sendo o último nome evitado pelos ornitólogos
para não causar confusão com outro sabiá de mesmo nome (Turdus
amaurochalinus). O sabiá (Mimus saturninus) é uma ave
famosa por seu vasto repertório de cantos, que incluem imitações de outras
espécies.
Mede 26 centímetros
e pesa cerca de 73 gramas. Possui uma coloração cinzenta no dorso, alto da
cabeça, asas e cauda. O peito e o ventre são branco-amarelados ou arroxeado
pela terra. A listra superciliar branca, destacada pela faixa negra na altura
dos olhos é uma característica importante para identificação. Os olhos dos
adultos são amarelados, marrom escuros nas aves juvenis, as quais também
possuem o peito rajado de cinza escuro. Possui a cauda comprida com as pontas
de cor branca.
A vocalização desta
espécie é notável pela maestria com que imitam os cantos e chamados de outras
aves, mas sem grande perfeição. Voz: agudo e penetrante “tschrip”, “tschik”
(chamada característica da espécie); scha-scha-scha”, “krrrra” bufando
(advertência, zanga).
Existem duas outras
espécies do gênero que ocorrem no Brasil do mesmo gênerro, o sabiá-da-praia (Mimus
gilvus), que como o próprio nome diz está restrito ao litoral e pode ser
diferenciado por apresentar as partes superiores com coloração cinza e as
partes inferiores bem claras, quase brancas. A outra espécie é a
calhandra-de-três-rabos (Mimus triurus), que é bem mais clara que o
sabiá-do-campo, possui as sobrancelhas brancas, assim como uma faixa na asa,
que é bem visível quando a ave está em vôo, especialmente porque a ponta da asa
é negra.
Espécie que não
apresenta dimorfismo sexual
São onívoros,
alimenta-se principalmente de invertebrados e frutos. Dentre os invertebrados,
os insetos (formigas, cupins, besouros) constituem a maior parte das presas. Os
frutos podem ser silvestres (neste caso de pequeno tamanho, engolidos inteiros)
ou cultivados, como laranja e abacate. Aprecia muito os frutos do Tapiá ou
Tanheiro (Alchornea glandulosa). As sementes não são digeridas, e atravessam
intactas o tubo digestivo. A ave atua, assim, como dispersora das sementes dos
frutos que ingere. A maior parte do alimento é obtida enquanto a ave caminha
pelo solo. Outros métodos de alimentação com presas animais são menos
freqüentes, como a captura de insetos em vôo a partir de poleiros elevados, ou
com saltos a partir do solo. Frutos são coletados pela ave empoleirada; frutos
de grande tamanho, cultivados, podem ter parte de sua polpa consumida após
caírem ao solo. Ocasionalmente predam ninhos com ovos de outros pássaros.
Aproveita-se de gordura e carne em mantas de charque ao sol (daí o nome
papa-sebo).
O ninho é
construído grosseiramente com gravetos secos, grama e algodão, em forma de
tijela rasa sobre árvores ou arbustos e em certos locais sobre os grandes
ninhos abandonados de outros pássaros. O centro do ninho é forrado com material
macio. Os ovos são verde-azulados com manchas cor de ferrugem. A fêmea põe de 3
a 4 ovos e, às vezes, choca ovos de outros pássaros. O casal é auxiliado por um
terceiro ou quarto indivíduo do bando, que talvez sejam crias de anos
anteriores que ajudam na alimentação e proteção. Repelem os outros pássaros das
proximidades do ninho. Os ovos eclodem após 12 ou 14 dias e os filhotes
abandonam o ninho com 11 a 14 dias de vida. O interior da boca dos filhotes é
amarelo-laranja.
Apresenta uma série
de comportamentos, muitos deles pouco entendidos, talvez pela dificuldade de se
aplicar um método muito comum de pesquisa, que é o de anilhamento. Algumas
pessoas que tentaram anilhar esta ave para estudar seu comportamento desistiram
deste recurso pois a ave parece ser tão sensível ao estresse da captura que alguns
indivíduos morreram após o anilhamento.
Anda pelos campos e
cerrados ou parques e terrenos baldios de cidades geralmente em bandos, que
podem ter até 13 integrantes. Na porção sul de sua distribuição não forma
bandos, e costuma viver em casais. Possui o hábito de erguer as asas
semi-abertas de tempos em tempos enquanto anda pelo chão, numa exibição
denominada “lampejo de asas”, cuja finalidade não é entendida e que é observada
também em outras espécies do gênero. O lampejo pode ser executado também quando
a ave se depara com uma ameaça em potencial (humanos próximos demais,
serpentes).
Apesar de viver em
grupos familiares, são muito agressivos entre si e usam os longos bicos e as
garras fortes em brigas sem trégua (origem do nome galo-do-campo).
Apresenta a
característica de ave Sinantrópica, ou seja, pode se adaptar as grandes
cidades, desde que estejam disponíveis água e áreas verdes onde eles possam
pousar, caçar e fazer ninhos.
No Campus da
Universidade Federal de Sergipe, no Rosa Elza, em São Cristovão, sabiás podem
ser vistas na natureza.
É um dos melhores
imitadores de outras aves na natureza. Alguns indivíduos repetem o canto de até
6 espécies diferentes. Além dessas imitações, usadas na época reprodutiva
(julho a dezembro), possui um canto próprio, onde lança mão dos chamados mais
graves e agudos característicos, iniciando ou terminando a imitação. Em sua grande
obra Ornitologia Brasileira, Helmut Sick cita que as populações de
sabiás-do-campo mais ao sul apresentam repertório de vocalização mais rico e
melodioso do que as populações mais setentrionais.
Regiões campestres
do baixo Amazonas, através do Brasil central, Nordeste, Leste e Sul até o
Uruguai, Paraguai, Argentina e Bolívia.
- EMBRAPA, Sabiá-do-campo - Fauna de Vertebrados
Selvagens de Campinas. Disponível em: <http://www.faunacps.cnpm.embrapa.br/ave/sabiacam.html>.
Acesso em 06 mar. 2009.
- Wikipedia Acesso em 06 mar. 2009.
- SANTIAGO, R. G. Sabiá-do-campo ou Tejo ( Mimus
saturninus ) Guia Interativo de Aves Urbanas, 10 dec. 2006. Disponível em:
<http://www.ib.unicamp.br/lte/giau/visualizarMaterial.php?idMaterial=390>.
Acesso em 06 mar. 2009.
- Aves do Pantanal, Sabiá-do-campo. Disponível
em: <http://www.avespantanal.com.br/paginas/263.htm>.
Acesso em 06 mar. 2009.
- RODRIGUES, Sheila Silva. Biologia e sucesso
reprodutivo em Mimus saturninus - disponível em http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/4585/1/2009_SheilaSilvaRodrigues.pdf
Acesso em 28 abr. 2011
COM INFORMAÇÕES DO:
www.wikiaves.com.br
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