sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Missa é realizada no Cemitério dos Náufragos.



Na manhã de sexta-feira, 2, Dia de Finados, o Padre Fernando, da Paróquia Santa Terezinha, celebrou missa na capela do Cemitério dos Náufragos, no Povoado Robalo, Zona de Expansão de Aracaju.
Missa contou com um número expressivo de pessoas e marcou o segundo ano de reabertura do cemitério pelos próprios moradores.

O Cemitério dos Náufragos é um dos dez que são considerados clandestinos pela Prefeitura Municipal de Aracaju, que realizou o levantamento para constatar a clandestinidade; pelo Ministério Público Estadual; que ajuizou ação solicitando a interdição e pela Justiça Sergipana; que autorizou que todos os cemitérios fossem interditados.
A sentença do juiz da 12ª Vara Cível de Aracaju mandava também que a Prefeitura Municipal construísse um cemitério na cidade e a Prefeitura tem recorrido reiteradamente para não construir o novo cemitério.
Dos dez cemitérios interditados em 2007, dois foram reabertos pelos moradores com autorização da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (EMSURB): o de Nelito, no Povoado Mosqueiro e o Maria Rosa, no Povoado Areia Branca. Somente em 2010, os próprios moradores dos Povoados Robalo e São José reabriram o Cemitério nos Náufragos. De lá para cá foram dezenas de sepultamentos.

Para os moradores da Zona de Expansão os três cemitérios são insuficientes para a demanda atual. Eles se queixam ainda da falta de apoio por parte da Emsurb. “Tudo aqui é feito por nós: limpeza, manutenção, os enterros.” Desabafa José Firmo, Vice-Presidente da Associação Desportiva, Cultural e Ambiental do Robalo (ADCAR).
A Prefeitura nega que haja enterros no Cemitério dos Náufragos e afirma que são apenas cinco enterros anuais nos três cemitérios da Zona de Expansão de Aracaju.

Segundo os moradores mais antigos, o Cemitério dos Náufragos é secular e serviu para enterrar vítimas dos navios bombardeados na costa sergipana durante a Segunda Grande Guerra, com centenas de corpos encontrados na praia sendo sepultados ali. Eles contam que antes da Segunda Guerra o cemitério se chamava Manguinhos.


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