Em decisão
sobre recurso de Agravo de Instrumento interposto pelo presidente da Câmara
Municipal de Aracaju, Emmanuel Nascimento (PT), o Desembargador Ricardo Múcio
Santana de Abreu Lima indeferiu o pedido de efeito suspensivo mantendo, assim,
a liminar concedida pelo juiz da 12ª. Vara Cível de Aracaju, Raphael Silva
Reis.
No dia 5 de
dezembro o vereador Bertulino Menezes (PSB) ajuizou ação com pedido de liminar
visando a suspensão da tramitação do Projeto de Lei nº 06/2010, que cuida da
revisão do Plano Diretor de Aracaju. O juiz da 12ª. Vara
Cível da Comarca de Aracaju, Raphael Silva Reis, em 10 de dezembro, acatou ação
ajuizada pelo vereador Bertulino contra atos do Presidente da
Câmara Municipal de Aracaju, Vereador Emanuel Nascimento, concedendo liminar
para a suspensão.
No mérito o vereador Bertulino pede ainda que seja
declarada a nulidade de toda a votação do Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano Sustentável (PDDUS).
Na ação o vereador Bertulino Menezes
alegou que a tramitação do Plano
Diretor se desenvolveu permeada de inúmeros vícios formais e materiais e que o
projeto de lei não observou conteúdo mínimo previsto no Estatuto das Cidades e no
Novo Código Florestal, ferindo ainda disposições da Lei Federal 6766/79, além
de olvidar exigências técnicas contidas na NBR 12267 da ABNT.
Sociedade organizada comemora decisão. |
O presidente da Câmara Municipal de Aracaju, vereador Emmanuel
Nascimento, do PT, recorreu ao Tribunal de Justiça de Sergipe e na manhã desta
quarta-feira, 19, o Desembargador Ricardo Múcio Santana de Abreu Lima, negou o
pedido de suspensão da liminar, no processo nº. 2012226389.
Com a decisão a votação do Plano Diretor de Aracaju não poderá ser
concluída nesta legislatura o que abre espaço para uma série de possibilidades,
entre elas a de que a votação poderá ser recomeçada do zero, se no mérito o
Poder Judiciário entender que deve ser anulado todo o processo de votação ou
ainda retomar de onde parou, se a nulidade não for declarada pela justiça.
Ainda é possível que depois de aprovado pela Câmara Municipal, o Plano
Diretor possa não ser sancionado pelo futuro prefeito, João Alves Filho (DEM),
que já declarou por diversas vezes que este plano diretor não é o ideal para a
capital sergipana.
Os vereadores Bertulino Menezes (PSB), Moritos Matos (PDT), Emerson
Ferreira (PT) e Josenito Vitale (DEM), além de integrantes dos movimentos
sociais comemoraram a decisão do Tribunal de Justiça, já que, na visão deles, até
o final do ano, o Plano Diretor não será mais votado.
José Firmo, membro do Fórum em Defesa da Grande Aracaju, disse que a
justiça só confirmou o que todo aracajuano esperava, pois a atual legislatura
na Câmara Municipal não tem mais legitimidade para debater sobre Plano Diretor.
“Por três vezes a justiça de Sergipe decidiu sobre o Plano Diretor, os
movimentos sociais cobram, setores expressivos da imprensa cobram. Será que
somente esses quinze vereadores e as construtoras estão certos?”, questiona.
As entidades esperam que na próxima legislatura os vereadores possam
ouvir mais as demandas da população, votando um plano diretor melhor para
todos.
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