domingo, 9 de março de 2014

Base do SAMU na Zona de Expansão agrada aos moradores.


Os moradores da Zona de Expansão Urbana de Aracaju já contam com a base do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A base do Samu vem atender a uma antiga reivindicação dos moradores da área e pretende diminuir o tempo máximo de reposta nos chamados para atendimento em casos de acidentes e outras urgências e emergências.

O presidente da Fundação Hospitalar de Sergipe (FHS), Hamilton Santana, deu a notícia na comunidade local e disse estar seguro de que com a nova base o atendimento dos casos naquela região vai diminuir. "É uma resposta que o Governo dá, através da Fundação Hospitalar de Saúde, para atendimento à população daquela região", informou.

Há alguns anos moradores dos povoados da Zona Sul de Aracaju vinham cobrando a instalação da base do Samu na região. O assunto foi levado à Conferência Municipal de Saúde pelo delegado dos moradores, Ubiracy Ferreira Suassuna e foi também cobrado pela diretoria da Associação Desportiva, Cultural e Ambiental do Robalo (ADCAR), através de ofício enviado ao Governador Jackson Barreto.
“Agora a expectativa é que o atendimento seja mais ágil e que muito mais vidas possam ser salva.”, disse José Firmo, presidente da ADCAR.
Assuntos relacionados:
FOTOS: ADCAR
Com informações da www.fhs.se.gov.br





sábado, 8 de março de 2014

ARTIGO: Mobilidade urbana de Aracaju ainda tem margem para piorar.


* José Firmo dos Santos
As ações voltadas para a mobilidade urbana de Aracaju, desenvolvidas nos últimos anos pela Prefeitura Municipal e também pelo Governo do Estado, minimizam os problemas, mas estão muito longe do necessário para solucionar os problemas enfrentados pelo aracajuano na hora de se descolar pelas ruas e avenidas da capital sergipana.
Somente nos últimos seis anos três grandes obras viárias foram inauguradas em Aracaju, sendo o viaduto Carvalho Déda (D.I.A), em 28/02/2008; a duplicação do viaduto Manoel Celestino Chagas (Detran), em 19/12/2013 e o Mergulhão Governador  Marcelo Déda (Conjunto Beira Rio), no dia 21/02/2014. Três obras grandes e caras (custaram ao povo R$ 87,2 milhões) e que estão numa linha reta de cerca de dois quilômetros.
Mesmo sendo consideradas obras úteis e necessárias, percebe-se que muito pouco ajudou na mobilidade naquela região.
Por outro lado o problema da mobilidade urbana de Aracaju não pode ser analisado isoladamente e a solução não pode ser cobrada e esperada apenas do Poder Público.
É verdade que Aracaju tem um esplêndido potencial para as ciclovias e para o transporte hidroviário e que, além de plana possui uma área relativamente pequena, 181,857 km², segundo o IBGE.
Entretanto, é verdade também que a política do Governo Brasileiro tem sido até aqui voltada para o incentivo à indústria automóvel, ou seja, do carro que hoje transporta apenas uma pessoa: o condutor.
A capacidade de adquirir automóvel nos estados do Norte e do Nordeste tende a crescer em relação ao total da polução, se comparada com o percentual de famílias que possuem automóvel nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
A economia em Sergipe, com a tendência de crescimento (indústria, comércio e serviços), assim como a facilidade de acesso ao crédito, possibilitam a aquisição de veículos.
A indústria e o comércio de ciclomotores estão em pleno crescimento e conquistando cada vez mais clientes.
Na contramão o transporte coletivo em Aracaju, como em quase todos os municípios do Brasil, é muito ruim: caro, sujo, demorado, sem horário regular, ônibus velhos, sem abrigos adequados, e com terminais imundos.
A melhoria da mobilidade urbana passa por mudanças profundas, caras e demoradas e, a mais difícil, cultural.
A mobilidade urbana em Aracaju começará a melhora quando começar a existir a troca do automóvel individual pelo transporte coletivo e isto implica nas mudanças às quais me refiro no parágrafo anterior.
A meta tem que ser melhorar o transporte coletivo a ponto de convencer a população a deixar o carro em casa. Para isso teria que existir abrigos adequados, calçadas planas e largas, vias bem iluminadas, informações acessíveis, ônibus novos, limpos e regulares; horários rigorosamente cumpridos, faixas exclusivas para os ônibus, restringindo a circulação dos automóveis.
Além disso, a integração entre os modais, especialmente o BRT, o ônibus, a bicicleta e as embarcações torna-se mais que necessária.
A mobilidade urbana de Aracaju, como da maioria das cidades, não vai melhorar apenas com construção de pontes, viadutos e novas avenidas.
As mudanças necessárias são caras, demoradas e culturais. O Poder Público precisa investir gradativamente para inspirar confiança e atrair o usuário. Por outro lado o aracajuano, acostumado a ir à padaria na esquina de carro, precisa estar preparado para dar a sua parcela de contribuição nesse processo. Essa mudança, a cultural, é a mais difícil de todas.
 *Especialista em Gestão Urbana e Planejamento Municipal e membro do Fórum em Defesa da Grande Aracaju.