Moradores dos Povoados
Robalo e São José, localizados na Zona de Expansão de Aracaju, preparam o
cemitério Manguinhos para a celebração de missa no próximo sábado, dia de
finados.
O cemitério de
Manguinhos, também é conhecido como cemitério dos Náufragos por ter servido também
para enterrar vítimas do torpedeamento de nos navios Beapendy, Araraquara, em
15/08/1942 e Aníbal Benévolo, em 16/08/1942, durante a Segunda Grande Guerra.
Outro fato marcante na
história desse cemitério é o fato dele estar oficialmente interditado, fruto de
ação judicial ajuizada pelo Ministério
Público Estadual.
Em 2006 A Promotoria do
Meio Ambiente do Ministério Público de Sergipe ajuizou ação visando a
interdição de dez cemitérios da Zona de Expansão considerados clandestinos. Em
2007 a Justiça de Sergipe decidiu pela interdição. No ano seguinte a Prefeitura
de Aracaju, parte passiva na ação judicial, decidiu autorizar a comunidade a reabrir
dois dos dez cemitérios: o Maria Rosa, no Povoado Areia Branca e o Nelito, no
Povoado Mosqueiro.
Embora os moradores do
Povoado Robalo tenham insistido, a Prefeitura não admitiu reabrir o cemitério
dos Náufragos, mais tradicional e com grande importância histórica.
Em 2010, moradores
reuniram-se e decidiram reabrirem por conta própria o Campo Santo. Um mutirão
foi realizado e desde aquela data dezenas de corpos já foram enterrados ali.
Missa – outro acontecimento
histórico para o cemitério dos Náufragos foi o fato de que em 2011 foi rezada
pela primeira vez uma missa no seu interior. No próximo sábado o Padre Fernando
Ávila, da Paróquia Santa Terezinha celebrará a terceira missa dentro daquele
cemitério.
Durante toda a semana
que antecede a homenagem aos mortos, moradores se revezam para realizar
serviços no cemitério, que fica às margens da Rodovia José Sarney, a fim de
preparar para o Dia de Finados. Serviços de capinagem, pintura e alvenaria
estão sendo realizados por voluntários e parentes de pessoas que ali foram
enterradas.
Para o presidente da
Associação, Desportiva, Cultural e Ambiental do Robalo (ADCAR), José Firmo, não
há a menor possibilidade dos moradores deixarem de usar o cemitério, mesmo com
uma decisão liminar que determina que o cemitério seja interditado.
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