segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Cemitério dos Náufragos terá missa de finados.


Moradores dos Povoados Robalo e São José, localizados na Zona de Expansão de Aracaju, preparam o cemitério Manguinhos para a celebração de missa no próximo sábado, dia de finados.
O cemitério de Manguinhos, também é conhecido como cemitério dos Náufragos por ter servido também para enterrar vítimas do torpedeamento de nos navios Beapendy, Araraquara, em 15/08/1942 e Aníbal Benévolo, em 16/08/1942, durante a Segunda Grande Guerra.

Outro fato marcante na história desse cemitério é o fato dele estar oficialmente interditado, fruto de ação judicial  ajuizada pelo Ministério Público Estadual.
Em 2006 A Promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público de Sergipe ajuizou ação visando a interdição de dez cemitérios da Zona de Expansão considerados clandestinos. Em 2007 a Justiça de Sergipe decidiu pela interdição. No ano seguinte a Prefeitura de Aracaju, parte passiva na ação judicial, decidiu autorizar a comunidade a reabrir dois dos dez cemitérios: o Maria Rosa, no Povoado Areia Branca e o Nelito, no Povoado Mosqueiro.
Embora os moradores do Povoado Robalo tenham insistido, a Prefeitura não admitiu reabrir o cemitério dos Náufragos, mais tradicional e com grande importância histórica.

Em 2010, moradores reuniram-se e decidiram reabrirem por conta própria o Campo Santo. Um mutirão foi realizado e desde aquela data dezenas de corpos já foram enterrados ali.
Missa – outro acontecimento histórico para o cemitério dos Náufragos foi o fato de que em 2011 foi rezada pela primeira vez uma missa no seu interior. No próximo sábado o Padre Fernando Ávila, da Paróquia Santa Terezinha celebrará a terceira missa dentro daquele cemitério.

Durante toda a semana que antecede a homenagem aos mortos, moradores se revezam para realizar serviços no cemitério, que fica às margens da Rodovia José Sarney, a fim de preparar para o Dia de Finados. Serviços de capinagem, pintura e alvenaria estão sendo realizados por voluntários e parentes de pessoas que ali foram enterradas.

Para o presidente da Associação, Desportiva, Cultural e Ambiental do Robalo (ADCAR), José Firmo, não há a menor possibilidade dos moradores deixarem de usar o cemitério, mesmo com uma decisão liminar que determina que o cemitério seja interditado.