Criatividade, irreverência e realidade foram alguns elementos apontados pelos moradores do Povoado Robalo, na Zona de Expansão de Aracaju para protestar e reivindicar melhorias para a comunidade.
Em váriaos pontos do povoado foram espalhadas faixas sugestivas com a frase “trocam-se votos”.
Como a troca de votos constitui-se um crime eleitoral, ao começar ler as faixas os menos avisados logo iriam pensar em denunciar o anúncio.
Ocorrre que o complemento das faixas propõe a suposta troca de votos por obras e melhorias para a coletividade, o que certamente não é tipificado como um crime eleitoral.
As “trocas” sugeridas nas faixas vão desde campo de futebol, passando por praças, esgoto, segurança, entre outros investimentos.
Para José Firmo, presidente da ADCAR – Associação Desportiva, Cultural e Ambiental do Robalo e idealizador do protesto, os moradores estão cansados de votar a cada dois anos e não receber praticamente nenhuma obra expressiva do Poder Público. Ele conta que os políticos se aproveitam das grandes necessidades dos moradores mais pobres e das comunidades para enganar com o que ele chama de migalhas.
Por outro lado, segundo Firmo, a campanha com as faixas servem também para que os moradores façam uma introspecção e percebam que não podem votar por benefícios individuais ou por qualquer coisa que seja feita ou oferecida pelos candidatos ou seus cabos eleitorais.
Perguntado se ele acha que o protesto com as faixas vai surtir efeito, Firmo responde que sabe que o resultado deve ser muito pequeno ou nenhum, mas que é um início e uma das formas, entre tantas outras, que os moradores podem usar para valorizar o seu voto e exigir dos políticos eleitos obras, serviços e investimentos em sua comunidade. “Se nas próximas eleições mais bairros e mais pessoas fizerem assim, a tendência é que uma reação em cadeia possa acontecer. Mas de nada adiantam atos ou protestos se o voto continuar sendo dado sem qualquer parâmetro ou critério.” Diz Firmo.
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